Justiça do DF suspende venda de dados pessoais pela Serasa Experian

O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) suspendeu a venda de dados pessoais de consumidores pela Serasa Experian. A empresa comercializa informações de clientes por R$ 0,98.

Empresa comercializa informações de clientes por R$ 0,98. Para Ministério Público, prática está em desacordo com Código de Defesa do Consumidor; reportagem tenta contato com companhia.

Por Walder Galvão, G1 DF

Tribunal de Justiça do DF e Territórios, em imagem de arquivo — Foto: Nicole Angel/ G1 DF

O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) suspendeu a venda de dados pessoais de consumidores pela Serasa Experian. A empresa comercializa informações de clientes por R$ 0,98.

No entendimento do Ministério Público (MPDFT), no entanto, a prática está em desacordo com os códigos Civil e de Defesa do Consumidor (entenda mais abaixo). Cabe recurso.

Segundo os promotores, eram vendidos dados como endereço, números de telefone e até poder aquisitivo dos consumidores. A reportagem tenta contato com a Serasa Experian.

A decisão, de sexta-feira (20), atende a uma ação civil pública ajuizada pela Unidade Especial de Proteção de Dados e Inteligência Artificial (Espec), do MPDFT.

“A situação é ainda mais grave […] pelo fato de a Serasa Experian ter respaldo legal para o tratamento de dados desta natureza para fins de proteção do crédito. Entretanto, as permissões não contemplam os usos apontados pela investigação”, dizem os promotores.

De acordo com a denúncia, a venda dos dados é feita para empresas interessadas na captação de novos clientes e para “fins de publicidade”.

Segundo a decisão, a Serasa deve suspender imediatamente a venda dos dados cadastrais dos titulares. Caso a medida seja descumprida, a empresa poderá pagar multa diária de R$ 5 mil.

Acusação

O Ministério Público informou que a companhia vende dados pessoais de mais de 150 milhões de brasileiros. Toda comercialização ocorre por meio de serviços de “Lista Online” e “Prospecção de Clientes”, da Serasa.

Para os promotores, a prática também fere a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que garante ao consumidor “poder sobre o trânsito e o uso das informações pessoais”. A acusação alega que a conduta da empresa “fere o direito à privacidade, à intimidade e à imagem”.

G1