Artigo

O problema não é o monumento às mulheres

Antes fosse! Mas nosso problema é mais em baixo. Independentemente do tipo, motivo, finalidade, alusão, qualquer que seja o monumento erguido será, sem dúvidas, acossado de ignomínia, infâmias e todo o lixo que a rede social pode produzir para vociferar sobre totem, sim, a rede social é um reflexo de nossa sociedade, mas não é só isso: há pessoas sendo enganadas para destruir o tecido social sem apontar novo rumo.

Por Roberlan Nascimento


Antes fosse! Mas nosso problema é mais em baixo. Independentemente do tipo, motivo, finalidade, alusão, qualquer que seja o monumento erguido será, sem dúvidas, acossado de ignomínia, infâmias e todo o lixo que a rede social pode produzir para vociferar sobre totem, sim, a rede social é um reflexo de nossa sociedade, mas não é só isso: há pessoas sendo enganadas para destruir o tecido social sem apontar novo rumo.

A representatividade política não inclui o povo: falhou feio!


Neste episódio o governo municipal sofreu fragoroso revés na opinião pública, mesmo com toda a boa intenção do artista Afonso Camargo, que a concebeu com soberbos detalhes fundamentados puramente do estado da arte de sua premiada mente artística, tivemos ensurdecedores gritos de protestos. Mas isso é apenas sintoma de um longo processo de esquecimento do povo pelos representantes.


Ora, está claro! Os eleitos não representam a vontade popular e o excluí gratuitamente de todas as decisões: não há tempo para conversar com o povo, o povo não é chamado para nada e quando o faz acontece em horários que limitam o acesso do povo trabalhador, não há o devido respeito nem mesmo quando se está construindo obras eleitoreiras, sobrando ao povo somente a obrigação de ouvir engodos e votar. O povo não aguenta mais imposições de pautas, desonestidades intelectuais da camarilha de seu político e procrastinação dos governos: o povo precisa ser escutado!


Neste relacionamento miseravelmente platônico de falta de atenção que a representatividade local criou, em boa medida, eclodiu-se em ódio do povo pelas traquitanas públicas, pelos homens públicos, pela rés pública ou algo que tenha qualquer vínculo com o público, pois, é sabido que quase sempre não se obtém efetividade no atendimento a massa: nenhum obelisco que vier a ser erguido nesta cidade será bem recebido.

Movimento medieval: forcados mais WhatsApp igual a loucura!


É esse ódio que tem sido cultivado no seio popular e para sua maior expressão faltava apenas o espaço público para que o povo pudesse exprimir suas insatisfações, mas agora temos: a rede social, os memes e as fakenews.


A modernidade […] e suas tecnologias, que deveriam nos auxiliar no que deveria ser nosso próspero desenvolvimento civilizatório, na verdade tem nos arremessado de volta ao reino dos forcados, tochas e foices: a Idade das Trevas […]. A anomia social é causada pelos políticos profissionais tem impulsionada com redes sociais digitais onde grupos são palanques dos emudecidos pela representatividade desenvolvendo todo tipo de dominação sem vínculo com a nacionalidade ou Constitucional Federal, uma caterva sem contrato social. A rede social e seus frios algoritmos são uma tragédia anunciada para o povo brasileiro: você sempre vai sair menor das redes sociais, é o elemento que estica, a fim de romper, o tecido que somos enquanto sociedade.


Por este mesmo canal, em áudio, o prefeito municipal acusou o golpe e mandou: “vou tirar isso, imagina… vou mandar refazer isso daqui…”, cujo discurso aponta mais uma vez a repetição do mesmo erro quando da feitura e erguimento do objeto contencioso: não consulta o povo!


Estrategicamente essa peça artística, o monumento, nos pareceu mais uma estratégia de campanha a fim de cooptar eleitoralmente as nossas empoderadas mulheres que não se encontram representadas na chapa formada pelo atual prefeito, o responsável pela obra, ao contrário da chapa do partido PSOL em que se encontra a senhora Maria da Graça como candidata a vice prefeita.


E não é só a doença da democracia, a representatividade, que se soma aos nossos problemas, a população está perigosamente fragmentada e se armando com as mais diversas armas: de bíblia, arma de fogo, fundamentações ideológicas extremistas ao identitarismo [continua…], nossa pior doença!

Acreditar no Brasil e nos brasileiros é a solução


O Brasil tem jeito? Diante de tantas digressões da sociedade municipal o que podemos esperar do próximo prefeito eleito em razão das eleições que ase avizinham: mais tibieza moral, falta coragem para manter o diálogo com o povo, mais do mesmo?

E o que as miseráveis redes sociais digitais tem guardado para essa espécie de político que infesta a vida pública?

Roberlan é Servidor Público da Prefeitura de Parauapebas, desde 1994.