CUIDADO
Fiscais da Adepará investigam foco de doença de Mormo em Ulianópolis
Doença que pode ser transmitida ao homem, Mormo não tem tratamento e requer o sacrifício do animal infectado.
CUIDADO
Doença que pode ser transmitida ao homem, Mormo não tem tratamento e requer o sacrifício do animal infectado.
O serviço veterinário oficial realiza investigação para identificar a provável origem do foco de doença de Mormo em Ulianópolis, no Sudeste do Pará. Nesta sexta-feira (12), fiscais da Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará) coletaram material para exame de um animal com a confirmação da doença, que precisou ser sacrificado, a fim de verificar o estado dos outros cavalos da propriedade rural. A Secretaria Municipal de Saúde de Ulianópolis foi notificada, pelo fato de Mormo ser uma zoonose, que pode ser transmitida ao homem.
As amostras de sangue coletadas serão encaminhadas ao Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de Recife (LFDA/PE), onde serão feitos testes de triagem e complementares para o diagnóstico de Mormo, conforme preconiza a Portaria nº 35, de 17 de abril de 2018, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento/Secretaria de Defesa Agropecuária.
A propriedade onde o cavalo contaminado estava foi interditada para trânsito de equídeos (cavalos, jumentos e burros), e será desinterditada após dois exames negativos consecutivos no intervalo de 21 e 30 dias em toda a tropa, conforme estabelece a Instrução Normativa nº 06/2018.
O serviço oficial da unidade de atendimento da Adepará em Ulianópolis, coordenado pelo fiscal estadual agropecuário Roberto Oliveira, também repassou orientações sobre o Programa Estadual de Sanidade Equídea (Pese), com ênfase em Anemia Infecciosa Equina, Mormo e trânsito e cadastramento de propriedades com criação de equídeos.
Doença bacteriana – Mormo ou “lamparão” é uma doença infectocontagiosa causada pela bactéria Burkholderia mallei, que afeta mais frequentemente equídeos (cavalos, asnos e mulas), mas podendo ser contraída pelo homem. É uma infecção transmitida por secreções nasais, orais, oculares, fezes e urina de animais infectados.
A bactéria entra no organismo pela pele e mucosas dos olhos e nariz. Casos esporádicos podem ocorrer principalmente em atividades profissionais relacionadas ao manejo desses animais ou manipulação de amostras contaminadas, infectando médicos veterinários, tratadores de equinos, funcionários de abatedouros e laboratoristas.
Os profissionais expostos e pessoas que têm contato com animais suspeitos ou com equipamentos contaminados devem usar equipamentos de proteção individual (EPIs), como luva, máscara, óculos e avental.
No homem, os sintomas gerais são febre, dores musculares, dor no peito, rigidez muscular e dor na cabeça. Podem ainda ocorrer lacrimejamento excessivo, sensibilidade à luz e diarreia. Não há vacina disponível contra a doença. A prevenção envolve a identificação e eutanásia do animal infectado, cremação do corpo e total desinfecção da área de criação dos animais.
O transporte de animais deve estar acompanhado da Guia de Trânsito Animal (GTA) e, de acordo com a finalidade, dos exames negativos de Anemia Infecciosa Equina e Mormo, juntamente com atestado de vacinação contra a Influenza equina.
Por Aycha Nunes (ADEPARÁ)