Itabira (MG) recebe projeto piloto para gerar receitas alternativas à mineração
A cidade de Itabira (MG) vai receber um projeto piloto que visa desenvolver polos de desenvolvimento e de geração de renda a partir de atividades produtivas, em substituição às fontes de recursos geradas direta e indiretamente pela mineração em larga escala. O anuncio foi feito em uma reunião on-line realizada nesta segunda (22/02).
Objetivo do projeto é auxiliar o município e regiões do entorno a construir e a implantar estratégias de reconversão produtiva, de modo a reduzir a dependência econômica em relação à atividade minerária.
A cidade de Itabira (MG) vai receber um projeto piloto que visa desenvolver polos de desenvolvimento e de geração de renda a partir de atividades produtivas, em substituição às fontes de recursos geradas direta e indiretamente pela mineração em larga escala. O anuncio foi feito em uma reunião on-line realizada nesta segunda (22/02).
Há cerca de 80 anos, Itabira tem boa parcela de seu desenvolvimento atrelado às receitas da mineração, mas, até hoje, segundo o prefeito Marco Antônio Lage, não elaborou um planejamento de longo prazo para estabelecer fontes alternativas de receitas para o período pós-mineração.
Do acordo com o prefeito, a exaustão mineral em Itabira deverá ocorrer nos próximos 8 anos e, portanto, o município “tem pressa” para buscar a diversificação produtiva e obter emancipação econômica e, assim, garantir a sobrevivência após o ciclo de mineração.
O piloto em Itabira faz parte do Projeto de Reconversão Produtiva em Territórios Dependentes da Mineração, uma iniciativa em implantação desde dezembro de 2019 por várias organizações: Associação dos Municípios Mineradores de Minas Gerais e do Brasil (AMIG); SEBRAE-MG; Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG); Federação das Indústrias de Minas Gerais (FIEMG); Secretaria de Desenvolvimento de Minas Gerais; Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM).
O objetivo é auxiliar os municípios e regiões do entorno a construir e a implantar estratégias de reconversão produtiva, de modo a reduzir a dependência econômica em relação à atividade minerária, a partir de uma estratégia de desenvolvimento econômico local. Além dos 13 municípios-sede, outros 56 podem vir a participar do projeto, envolvendo um total de sete regiões de Minas Gerais.
“Essa iniciativa é um marco na história da mineração em Minas Gerais. Mais do que uma campanha, este é um projeto inovador que envolve toda a sociedade civil organizada para buscar um novo modelo de mineração sustentável, respeitado, com união da sociedade em torno de objetivos comuns”, afirmou o prefeito Lage, que também é diretor de sustentabilidade da AMIG, durante reunião online dos parceiros do projeto com participação de mais de 50 pessoas. Ele espera que “Itabira vire exemplo, uma referência para outros municípios mineradores. Esta é uma nova página que precisamos escrever sobre a mineração em Minas Gerais, atividade fundamental para nosso estado”, ressaltou.
Objetivos específicos do projeto
• Ajudar os territórios minerados a identificar vocações que reduzam a sua excessiva dependência econômica.
• Ajudar os territórios minerados a estabelecerem uma estratégia de reconversão produtiva para reduzir a sua excessiva dependência econômica.
• Ajudar os territórios minerados a estabelecerem uma institucionalidade para implementação, monitoramento e avaliação da estratégia de reconversão produtiva.
• Implementar um conjunto de iniciativas das entidades e instituições parceiras em sintonia com a estratégia local.
Adesão das Mineradoras
De acordo com o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), as mineradoras participam e apoiam o projeto, já que desenvolver os territórios de mineração é um dos propósitos do setor a partir da atividade minerária. Ainda segundo o Ibram, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) dos municípios mineradores é, geralmente, superior ao dos demais municípios.
“Este projeto é muito oportuno. O IBRAM e suas mineradoras associadas se sentem honrados em participar”, disse Flávio Ottoni Penido, diretor-presidente do IBRAM. Ele enfatizou que o Projeto de Reconversão Produtiva em Territórios Dependentes da Mineração precisa ser abraçado pelas comunidades, suas lideranças e autoridades municipais para que tenha perenidade e apresente bons resultados ao longo dos anos. Segundo ele, é importante que os novos polos de geração de receitas sejam planejados e decididos em conjunto pelas comunidades durante o ciclo da mineração, que é o objetivo central do projeto.