Política

O quê e quem decidirá as eleições majoritárias em Parauapebas?

Completamente indefinida, a eleição para prefeito da capital do minério se prepara para ver seu mais agressivo embate político de todos as tempos, será uma carnificina política. Além dos triviais poderes de maior influência em uma campanha, o poder financeiro e a mentira melhor contada pelo melhor ator, temos mais dois itens de peso, as necessárias mulheres e o candente poder judiciário.

Por Roberlan Nascimento


Completamente indefinida, a eleição para prefeito da capital do minério se prepara para ver seu mais agressivo embate político de todos as tempos, será uma carnificina política. Além dos triviais poderes de maior influência em uma campanha, o poder financeiro e a mentira melhor contada pelo melhor ator, temos mais dois itens de peso, as necessárias mulheres e o candente poder judiciário.


Mulheres realmente empoderadas


Não é de hoje que todos sabemos do emponderamento das mulheres pelo maior grau de instrução educacional, gerência da família, forte ocupação do mercado de trabalho e competência social que, ao contrário dos homens, as mulheres são praticamente autônomas, independentes. Essas obviedades inegáveis deveriam, por si só, indicar o caminho dos discursos e a formação das chapas nestas eleições, mas a ineptidão, oportunidade, tempo e, talvez, machismo, arrogância e birra, muitas destas chapas serão seriamente avariadas por não terem uma representante para dialogar com o que hoje são a metade dos eleitores de Parauapebas. Das sete composições apresentadas para disputarem o pleito apenas duas manifestaram presença de mulher como vice, ao menos até agora, quais sejam: Catalão (Avante) e Meire (PMB) e Valmir (PSD) e Francine (PSDB), nenhuma delas apresentou como candidata a prefeita. Sem essa interlocução com as mulheres, quais soluções as chapas compostas apenas por homens irão expor para mitigar a tão pesada ausência feminina?

Alienígenas no Poder Judiciário?


Ao arrepio da Constituição Federal, que insiste em seu texto pétreo que no Brasil há democracia, alguns afirmam que estamos sob a tutela de uma juristocracia, exato, nada de povo, onde as eleições tem sido decididas pós sufrágio popular, em outra esfera, no poder judiciário, onde muitas das decisões monocráticas, solteiras, por apenas um único magistrado, tem mudado completamente os cenários políticos no território.
Notadamente, ao longo dos últimos dez anos o acionamento da justiça para resolver as questões eleitorais tem dado a este poder republicano condição superior ao do voto sobrescrevendo as decisões do povo, imprimindo a ideia de interesse além do cumprimento das leis transformando parte de seus integrantes em justiceiros que avançam sobre a política dos políticos como políticos superiores, obviamente, uma aberração constitucional. Torcemos por menos justiceiros e mais cumprimento das leis pelo colendo Poder Judiciário, o último refúgio da cidadania, mas a continuar as nulidades o futuro não é mais que um obscuro abismo.
No quesito crimes contra a administração pública, tecnicamente, peculato, popularmente, desvio de dinheiro público, há nuances nas principais campanhas em disputa no município de Parauapebas cujos cabeças de chapas tem sérios problemas com a justiça que poderão fazê-las naufragar antes mesmo do cômputo final dos votos. São crimes de toda ordem transitando inclusive na segunda instância a disposição de colegiados que na medida em que forem despachados negativamente para os réus os levará diretamente para o xadrez e inelegibilidades garantidas. Os presságios não são nada bom as campanhas de Darci e Valmir neste ambiente de justiceiros togados.


O cansaço do povo


Portanto, as mulheres decidirão no voto estas eleições, o judiciário invocará a lei para os candidatos diante de seus ilícitos pretéritos ou mais uma vez o povo será desconvidados a gostar da política?

Roberlan é Servidor Público da Prefeitura de Parauapebas, desde 1994.